Título: México tenta reiniciar as negociações para a Alca
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Fonte: O Estado de São Paulo, 13/07/2005, Ecoonomia & Negócios, p. B6

DALIAN, CHINA - A Área de Livre Comércio das Américas (Alca), completamente paralisada, poderá voltar a ser negociada a partir de janeiro. A proposta é do México, que está consultando países da região para retomar o diálogo interrompido há meses. Segundo o chanceler Celso Amorim, mesmo sem acordos comerciais sendo fechados com os principais parceiros do País, como Estados Unidos e Europa.

Em entrevista ao Estado, o ministro de Economia do Mexico, Fernando Canales Clariond, admite que o Brasil optou por não querer negociar a Alca nos últimos meses. "Não estamos de acordo com isso, mas o País está em seu direito de fazê-lo."

Ele acredita que o processo pode ser relançado em janeiro, principalmente porque se saberá o resultado das negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC). Em dezembro termina o prazo para que feche um acordo sobre qual será o ritmo de cortes de tarifas e dos subsídios agrícolas. "Com esse acordo concluído, poderemos ter uma melhor noção de qual deve ser o caminho que a Alca devera tomar. Temos de ver qual e a direção mais adequada para todos nós. O único que posso dizer e que o livre comércio traz o desenvolvimento. O México há pelo menos 12 anos negocia acordos que têm tido um efeito positivo para a economia loca."

Canales Clariond ainda insinua que a não existência da Alca seria um problema muito maior para outros países do que para o México. "Temos acordos com 45 países e 95% de nosso comércio ocorre em condições de livre comércio."

Sobre o comportamento dos americanos, Amorim alega que a aprovação do Acordo de Livre Comércio EUA-Caribe (Cafta) é foco de Washington. A Casa Branca explica que não se trata só de um foco sobre um acordo com Caribe, mas um teste para todos os demais acordos comerciais que serão negociados. "Se esse acordo não passar no Congresso, não há por que continuar tentando outros entendimento no curto prazo", afirmou uma fonte da Casa Branca.

Apesar dos problemas, Amorim insistiu que não aceitará acordos ruins com parceiros tradicionais. "Se tivéssemos fechado um acordo com a Europa sobre carnes no ano passado, estaríamos exportando menos hoje que em 2004." Isso porque a proposta européia era tão tímida que a abertura que era dada já teria sido superada pelos exportadores, que teriam de limitar as vendas.