Título: UE hesita em mudar o status chinês
Autor: Jamil Chade
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/07/2005, Economia & Negócios, p. B6

RESISTÊNCIA: A União Européia (UE) resiste em dar à China o status que o Brasil concedeu ao governo de Pequim no ano passado: o de economia de mercado. Segundo o comissário de Comércio da UE, Peter Mandelson, ainda não seria o momento de se tomar essa decisão, que acarretaria a modificação completa da forma de cálculo, por exemplo, para a imposição de salvaguardas contra a importação de produtos chineses. O estabelecimento de barreiras pelo Ocidente contra Pequim sempre foi facilitado pela não aceitação da economia chinesa como de mercado, o que abria caminho para que os países simplesmente escolhessem a taxa que iriam aplicar contra os chineses. Com o reconhecimento de economia de mercado, essa liberdade acaba. No caso do Brasil, o reconhecimento do novo status ainda não foi colocado à prova. Para que isso ocorra, um setor produtivo no País precisaria demonstrar que está sendo afetado pela importação dos produtos chineses. O primeiro teste para testar esse status da China poderia ser a questão dos produtos têxteis. O País já conta com uma lei que regulamenta o uso das salvaguardas contra os chineses. Uma queixa do setor privado de que o volume de importação estaria sendo excessivo colocaria em andamento um processo que poderia acabar numa nova barreira.