Título: Escândalo leva BB a suspender campanhas
Autor: Gustavo Freire
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/07/2005, Nacional, p. A11

BRASÍLIA - O Banco do Brasil decidiu suspender temporariamente a realização de novas campanhas publicitárias e patrocínios. O objetivo da decisão sugerida pelo presidente do banco, Rossano Maranhão, e aprovada pelo Conselho Diretor é preservar a imagem da instituição. "Por uma questão de prudência, resolvemos não fazer novas campanhas", disse um porta-voz do banco. Um das agências que faz a publicidade do BB é a DNA, do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o operador do mensalão. A decisão de suspender novas campanhas publicitárias foi tomada na ausência do diretor de Marketing do BB, Henrique Pizzolato, que estava em Londres na semana passada para participar de um seminário sobre governança corporativa, segundo a assessoria do BB. Pizzolato foi apontado com uma pessoa muito próxima de Marcos Valério pela ex-secretária do empresário Fernanda Karina Somaggio. Mas ele diz que manteve contatos apenas profissionais com o publicitário. Ontem, o diretor despachou de manhã no Rio e voltou a Brasília no meio da tarde.

O BB esclareceu que a decisão não atingirá as campanhas publicitárias e os patrocínios já existentes. "Os contratos não serão rompidos nem suspensos. Tudo que já existe continuará a ser cumprido normalmente", disse o porta-voz.

Mas o banco tem consciência que não pode ficar fora do mercado de mídia por muito tempo. "Nossa presença na mídia é o instrumento que temos para ampliar nossa base de clientes", explicou o porta-voz. O orçamento de publicidade do banco neste ano é da ordem de R$ 140 milhões. A propaganda do BB é partilhada pela DNA, pela D+ e pela Ogilvy. Os contratos com estas empresas também não foram rompidos.

MAIS TROCAS

Depois de anunciar a saída de dois vice-presidentes na semana passada, o BB deve passar por nova mudança nos próximos dias. A alteração desta vez será na presidência do Banco Popular do Brasil, subsidiária do banco responsável pela condução do programa de microcrédito do BB.

O atual presidente, Geraldo Magela, deve deixar o cargo para se candidatar ao governo do Distrito Federal ou a uma vaga de deputado federal nas eleições de 2006. "Há uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que as pessoas que ocupam cargos públicos devem deixar o governo se pretendem se candidatar no próximo ano", disse uma fonte ligada ao PT de Brasília.