Título: Ação espetacular ignora portaria de ministro
Autor: Marcelo Godoy
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/07/2005, Metrópole, p. C1

DISCRIÇÃO: A ação espetacular da PF na Daslu pode ter desrespeitado portaria do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, publicada há duas semanas no Diário Oficial da União. O documento estabelece instruções para a execução de diligências da PF no cumprimento de mandados judiciais. De acordo com o artigo 2.º da Portaria 1.287, de 30 de junho, a ação tem de ser feita "de maneira discreta, apenas com o emprego dos meios proporcionais, adequados e necessários ao cumprimento da diligência". O ministro determina, ainda, que as diligências ocorram "sem a presença de pessoas alheias ao seu cumprimento", "preservando ao máximo a rotina e o normal funcionamento do local da diligência". "Não foi o que assistimos ontem na televisão", disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), para quem a ação "não foi realizada de maneira discreta e usou força desproporcional". O senador disse que, mesmo sendo verdade que a empresa agiu irregularmente, isso não justifica ações acompanhadas pela televisão que "visaram claramente a desviar a atenção dos escândalos" do governo. Durante debate no Senado, o líder do PFL, José Agripino (RN), também classificou a ação da Polícia Federal de "diversionista". Ariosto Teixeira