Título: Deputado quer prisão de publicitário
Autor: Eugênia Lopes e Adriana Fernandes
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/07/2005, Nacional, p. A4

A Polícia Civil de Minas Gerais apreendeu ontem mais documentos fiscais - a maior parte já incinerada - com o timbre da DNA, em uma área industrial de Contagem, na Grande Belo Horizonte. A DNA é uma das agências de publicidade comandadas por Marcos Valério Fernandes de Souza, suposto operador do mensalão. Os documentos foram encontrados na mesma região onde fica a casa do carcereiro aposentado Marco Túlio Prata, preso anteontem. Na residência de Prata, policiais apreenderam grande quantidade desse mesmo tipo de documento, parte deles também queimada. O carcereiro é irmão de Marco Aurélio Prata, um dos sócios da empresa Prata e Castro Auditores e Consultores Associados, que presta serviços à DNA e Valério.

Segundo o delegado Elder Dangelo, em cinco sacos de papel, foram recolhidos pedaços de faturas com o logotipo da DNA emitidas ao Banco do Brasil, Eletronorte, Ministério do Trabalho e Telemig Celular. Em alguns pedaços de papéis aparecem o nome de Marcos Valério. Os documentos foram encontrados, numa rua sem movimento, após denúncia anônima feita a uma rede de TV local, que informou à polícia.

ISOLAMENTO

Ao localizar os documentos, os policiais civis isolaram a rua. "As faturas estavam mais deterioradas do que as que encontramos em poder do Marco Túlio", disse o delegado. O lote de documentos recolhido ontem está sendo analisado pelo Instituto de Criminalística, responsável por emitir laudo que será independente do que vai ser feito a partir das análise das faturas encontradas na casa do carcereiro aposentado.

Sobre a primeira apreensão de documentos, o advogado de Marco Túlio Prata, José Cavalcanti, alegou que uma diarista, sem saber que se tratava de documentos, teria queimado uma parte deles. Já a DNA informou que não vai se manifestar até ter acesso aos laudos dos documentos apreendidos.