Título: BB rescinde contrato de publicidade com a DNA
Autor: Gustavo Freire
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/07/2005, Nacional, p. A4

O Banco do Brasil decidiu ontem rescindir o contrato de publicidade com a agência DNA Propaganda, do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza. Prevista em contrato, a rescisão foi causada pelos danos à imagem do banco provocados pela sua associação pública com a empresa. Por causa disso, o BB não será obrigado a pagar multa. De acordo com o BB, o contrato venceria em setembro, quando poderia optar entre prorrogá-lo por um ano ou suspendê-lo. Desde o início de 2003, o banco vem trabalhando com a DNA e as empresas D+ e Ogilvy no desenvolvimento de suas campanhas publicitárias. No primeiro ano, o banco gastou R$ 153 milhões em publicidade. Em 2004, o valor passou para R$ 262 milhões e a previsão é de que sejam gastos R$ 140 milhões neste ano.

Os valores eram divididos entre as três empresas. Pelas regras, nenhuma delas podia ter mais de 50% dos recursos nem menos de 15%. Com a saída da DNA, a verba passará a ser parcelada entre a D+ e a Ogilvy.

Na semana passada, o BB já havia anunciado a suspensão de todas as novas campanhas publicitárias, patrocínios e promoções de eventos. A decisão havia sido tomada para preservar a imagem da instituição.

PIZZOLATO

O BB anunciou ontem o substituto interino do ex-diretor de Marketing e Comunicação Henrique Pizzolato. O escolhido foi Paulo Rogério Caffarelli, diretor de Logística. Pizzolato deixou anteontem a diretoria, depois de pedir aposentadoria do banco. Ele estava desgastado com o envolvimento do seu nome com Marcos Valério.

O mensageiro Luiz Eduardo Ferreira da Silva, cujo nome e CPF aparecem no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) como uma das 13 pessoas que sacaram dinheiro da conta da DNA no Banco Rural, trabalhou diretamente com Pizzolato, na Previ. Silva confirmou a informação ontem ao Estado e disse, num primeiro momento, não ter sacado "dinheiro nenhum".

Depois, passou a adotar um discurso menos taxativo: "Não posso falar nada agora. A empresa está cuidando de tudo para mim", comentou, referindo-se à Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. Silva é funcionário da Conservadora Itauité Ltda, que terceiriza serviços para a Previ.