Título: O jeito é abrir negócio, mas não é fácil
Autor: Marcelo Rehder
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/07/2005, Economia & Negócios, p. B5

DIFICULDADES: Um exemplo ilustrativo da piora no mercado de trabalho é o do ex-operário Valdemir Ramos Amarante, de 41 anos. Sem trabalho fixo há quase 2 anos, ele e seu sócio, Osmar Ceraso, mantêm desde o mês passado uma lanchonete improvisada na garagem de sua casa. Casado e pai de um filho, Amarante, que trabalhava como cortador de roupa numa confecção,mora perto da quadra da Escola de Samba Mocidade Alegre, na Casa Verde, região norte da capital paulista. Apesar do grande movimento de pessoas na região, o ex-assalariado já percebeu que a vida de pequeno empreendedor não é nada fácil: no primeiro mês, não sobrou um centavo para os dois sócios. "Deu apenas para pagar a cozinheira e algumas despesas. Mas não vamos desistir logo no começo." Muitos negócios desse tipo não prosperam. Segundo o Sebrae, 60% das 500 mil pequenas e microempresas abertas por ano em todo o Brasil fecham as portas antes de completar 5 anos. Como cada uma dessas empresas emprega em média 5 pessoas, as 200 mil que sobrevivem criam um milhão de ocupações, calcula Marco Aurélio Bedê, gerente de Pesquisas Econômicas do Sebrae-SP. Mas a realidade é ainda mais cruel do que indicam as estatísticas. Os números do Sebrae referem-se apenas às empresas formalmente registradas nas juntas comerciais do País. Boa parte dos negócios informais não completa um ano.