Título: Desta vez, mercado aprova a indicação
Autor: Gerusa Marques e Marcelo de Moraes
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/07/2005, Economia & Negócios, p. B1

O mercado financeiro recebeu bem o economista baiano de 55 anos, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, na presidência da Petrobrás. Uma conquista para o executivo, rejeitado pelos investidores ao assumir a diretoria financeira da estatal, em fevereiro de 2003, por ter pouca experiência fora do circuito acadêmico. Gabrielli é doutor em Economia pela Boston University. Foi pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas e coordenador do Mestrado em Economia da Universidade Federal da Bahia. A nomeação dele teve total apoio do atual presidente da companhia, José Eduardo Dutra, que deixa o cargo para concorrer ao Senado em 2006. Gabrielli recebeu apoio também da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que havia defendido a indicação do presidente da BR Distribuidora, Rodolfo Landim, para o cargo.

O economista baiano assume a presidência da estatal em um momento que a Petrobrás trabalha para o País se tornar auto-suficiente na produção de petróleo a partir de setembro. Filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), o executivo não encontra resistência entre as várias correntes políticas que atuam na estatal.

Mas, quando assumiu a diretoria financeira em 2003, Gabrielli frustrou analistas que esperavam um nome mais experiente para comandar as finanças da maior estatal do país. As ações preferenciais da estatal despencaram 5,2% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), quase o dobro da baixa registrada pelo índice da bolsa. Com isso, a Petrobrás a apressou o encontro do novo executivo com os principais investidores.

Hoje, Gabrielli é reconhecido: recebeu da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) o Prêmio Profissional do Ano, como destaque de finanças em 2004. Em 2005, ganhou ainda o troféu 'Equilibrista' do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças - IBEF.