Título: Estatal venderá petróleo para China
Autor: Alberto Komatsu
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/07/2005, Economia & Negócios, p. B1

A Petrobrás anunciou ontem o fechamento do primeiro contrato formal de exportação de petróleo pesado para a China. Serão 12 milhões de barris extraídos do Campo de Marlim, na Bacia de Campos (RJ), para a Sinochem International Oil Company, com previsão de US$ 600 milhões de receita. Em cinco anos, a empresa planeja vender o equivalente a US$ 1 bilhão por ano para o mercado chinês. O envio do petróleo para a China deverá ser iniciado no mês que vem, conta o diretor de Abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa. A entrega será feita em seis etapas, pois o navio que fará o transporte tem capacidade para levar 2 milhões de barris e a viagem demora 45 dias.

Costa ressalta que o cálculo da receita de US$ 600 milhões foi feito segundo o preço atual do barril, em torno de US$ 60. Como as exportações serão feitas até julho do ano que vem, o valor do contrato poderá variar para cima ou para baixo.

"A China consome até 7 milhões de barris de petróleo por dia e está procurando diversificar as fontes de fornecimento. Obviamente, os chineses estão olhando para o Brasil", afirma Costa.

Para se ter idéia da elevada demanda chinesa, o executivo estima que o consumo diário do Brasil é de 1,8 milhão de barris. E os chineses produzem menos da metade de sua necessidade diária, de 3 milhões de barris.

Até junho, a Petrobrás acumula receita de US$ 190 milhões com as exportações de petróleo e derivados para a China. Essas vendas, no entanto, foram feitas no mercado à vista (spot), sem contrato formal e cujo preço varia de acordo com a oferta e a demanda.

No primeiro semestre deste ano, a Petrobrás exportou ao ritmo diário de 230 mil barris de petróleo. No mesmo período do ano passado, as vendas externas estavam em torno de 180 mil barris por dia.

De janeiro a junho, as exportações da estatal, em valores, já quase superam as de todo o ano passado: US$ 3,3 bilhões, ante US$ 3,9 bilhões, respectivamente. O motivo dessa pequena distância é a escalada do preço do barril, que custava em torno de US$ 40 em 2004 e hoje está sendo cotado em torno de US$ 60.