Título: Polícia apreende computadores, papéis e cofre do contador de Valério
Autor: Eduardo Kattah
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/07/2005, Nacional, p. A7

A Polícia Civil de Minas Gerais e o Ministério Público Estadual (MPE) apreenderam na manhã de ontem, em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, computadores, um cofre e documentos na casa e em um depósito de material de construção do contador Marco Aurélio Prata. O contador é um dos sócios da Prata e Castro Auditores e Consultores Associados, escritório que presta serviços para Marcos Valério Fernandes de Souza e para as agências DNA Propaganda e SMPB Comunicação. Os promotores solicitaram autorizaçãoà Justiça para a operação alegando que, conforme as investigações, ficou "evidente que Marco Aurélio mantém serviço de contabilidade paralela, irregular, para as empresas de Marcos Valério". O mandado foi concedido pela juíza Maria da Glória Reis, da Comarca de Brumadinho.

Com base em escutas telefônicas, os promotores relatam, no requerimento, que o contador "e outros envolvidos mantiveram diversas conversas telefônicas para combinarem forma e modo de destruírem os documentos necessários às investigações" da CPI dos Correios.

Marco Aurélio é irmão do carcereiro aposentado Marco Túlio Prata, preso na semana passada e em cuja residência, em Contagem, foram encontrados milhares documentos fiscais da DNA. Parte deles já havia sido queimada. Marco Túlio é acusado de homicídio e vinha sendo investigado por suspeita de tráfico de armas.

OPERAÇÃO

A operação foi deflagrada no início da manhã e durou quase três horas, entre 7h e 9h40. Marco Aurélio estava em casa quando os policiais chegaram. "Ele atendeu normalmente, alegou inocência e disse que era apenas um profissional", afirmou o delegado-corregedor Magno César da Silva.

Ao todo foram apreendidos 12 CPUs - seis na residência do contador e outras seis no depósito de construção. Na casa de Marco Aurélio, os policiais recolheram também um cofre lacrado, uma agenda com nomes e valores, um gravador s e supostos documentos da agência SMPB. Foram apreendidas também 33 disquetes e um par de algemas. Todo o material foi levado para a sede da Corregedoria de Polícia Civil, na capital mineira.

DEFESA

O contador não foi localizado pelo Estado e seu advogado, Edmar Pereira Cardoso, não retornou os pedidos de entrevista. A SMPB negou, por meio de sua assessoria de imprensa, a existência de uma contabilidade paralela e a DNA informou que só falará sobre o caso após ter acesso aos autos de apreensão.