Título: Presidente abre exceções nas regras da reforma
Autor: Christiane SamarcoCida Fontes
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/06/2005, Nacional, p. A4

Ao fixar os critérios que deverão nortear a reforma ministerial, o presidente Lula avisou a colaboradores e líderes aliados que as mudanças levariam em conta dois princípios: a volta dos 11 ministros parlamentares ao Congresso, para reforçar a defesa do governo nesta crise política, e a dispensa de ministros candidatos às eleições de 2006, que terão de deixar o governo em abril. Em seguida, porém, fez movimentos que contrariaram as duas normas. Quando o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, pediu-lhe demissão na noite de quinta, Lula segurou-o no posto. Isso, depois de sondar o ministro Jaques Wagner para o seu lugar, mesmo tendo sido alertado pelo petista de que sua candidatura ao governo baiano é certa. Em conversas com interlocutores do PMDB e do PT, o presidente também tem feito repetidos elogios ao desempenho do ministro da Previdência, Romero Jucá (PMDB-RR), dando a entender que sua tendência é mantê-lo, a despeito de ele estar sendo investigado, no momento, por supostas irregularidades fiscais.

O presidente também tem sido aconselhado, por seus próprios líderes, a não mexer com o ministro do Turismo, deputado petebista Walfrido Mares Guia.

Mas o critério da dispensa dos candidatos pode ser útil para justificar a saída de alguns petistas que têm sido alvo freqüente de críticas e embates com os aliados no Congresso. Incluem-se neste caso os ministros Olívio Dutra (Cidades), Marina Silva (Meio Ambiente) e Humberto Costa (Saúde).