Título: PT elevou dívida bancária depois que elegeu Lula
Autor: Ribamar Oliveira
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/07/2005, Nacional, p. A13

O endividamento bancário do PT começou depois da posse do presidente Lula. Até o final de 2002, os empréstimos obtidos pelo PT totalizavam apenas R$ 950 mil, segundo o balanço patrimonial do partido relativo àquele ano. O balanço não informa nomes das instituições financeiras ou pessoas físicas que concederam empréstimos. Outro dado interessante: antes da posse, o PT só mantinha contas correntes no Banco do Brasil. Eram nove, ao todo. Mas tinha aplicação financeira no Banestado, no valor de R$ 11.068,00. Segundo seu balanço financeiro de 2002, o PT gastou mais do que arrecadou no ano da eleição do presidente Lula. Mas o déficit da campanha foi só de R$ 757,05 mil. Este valor não explica, portanto, empréstimos feitos junto ao Banco Rural, em maio, e ao BB, em setembro, tendo como avalista o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e contraídos com o argumento de que os recursos eram para dívidas de campanha.

Além do déficit de campanha, o PT registrou resultado negativo com suas outras atividades em 2002 de R$ 2,37 milhões. O "rombo" total em dezembro de 2002, portanto, era de R$ 3,13 milhões, segundo o balanço financeiro. Parte dele foi coberto com uso de um superávit acumulado em anos anteriores no valor de R$ 594,9 mil. Ao final do exercício de 2002, o PT registrava patrimônio líquido negativo de R$ 2,53 milhões, segundo balanço patrimonial disponível no endereço do PT na internet.

O patrimônio líquido é o valor que sobraria se uma empresa ou organização vendesse todos seus ativos e pagasse todos seus débitos. Quanto ele é negativo, a empresa ou organização está quebrada. Ou seja, deve mais do que pode obter com a venda de seus bens. O PT estava, portanto, quebrado antes de começar a obter empréstimos bancários, a partir de maio de 2003. Numa situação como essa, é impossível para qualquer empresa obter crédito novo em instituição financeira.