Título: Para ele, paralisia é inevitável
Autor: Rita Tavares e Roldão Arruda
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/07/2005, Nacional, p. A15

Para o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) o risco de a crise política paralisar o governo e atrasar votações no Congresso é real e inevitável. "Estamos diante de uma grande crise, da qual só o Judiciário ficou fora", disse. "O Executivo e o Legislativo foram afetados e é evidente que isso terá conseqüências para o governo - que já vinha muito devagar e parou - e para o próprio Legislativo. Mas não há outro caminho. Não podemos tergiversar. A agenda positiva é concluir o processo de investigação." Ao mesmo tempo, porém, o governador não acredita que a crise cause estragos significativos na área econômica: "Existem questões que não pertencem mais a um partido ou outro, porque viraram conquistas do País, e são provas de sua maturidade política. Um exemplo é a Lei de Responsabilidade Fiscal, que começou no governo de Fernando Henrique. O Brasil também aprendeu a controlar a inflação e hoje temos uma política monetária, um sistema fiscal mais seguro e um regime cambial melhor."

A situação também é favorecida pelo cenário internacional: "Você nunca teve tanta liquidez no mundo e um crescimento econômico tão forte, especialmente nos países emergentes."

Nessa conjuntura, segundo Alckmin, o Brasil tem conseguido bons resultados nas exportações, mas poderia ir muito melhor: "Estamos perdendo oportunidades, ficando em último lugar na fila, num cenário internacional de céu de brigadeiro. É o que eu chamo de custo PT: os juros precisam ser mais altos, o superávit primário precisa ser mais alto, para se ter os mesmos resultados, porque como o PT falou uma coisa a vida inteira e, quando assumiu, praticou outra, precisa conquistar credibilidade. E o custo disso é alto."

Na opinião do governador, as taxas de crescimento que o governo exibe são medíocres, abaixo da taxa mundial: "No ano passado o Brasil cresceu 4,9% do PIB. O mundo cresceu 5,8%. E São Paulo, 7,.6%." .