Título: Diplomas terão de ser validados no Brasil por universidades
Autor: Renata Cafardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/07/2005, Vida&, p. A26

Diplomas de graduação e pós expedidos na Rússia terão validade no Brasil apenas depois de passarem pelo processo de equivalência em universidades do País. O caminho é o mesmo a ser percorrido por quem estuda em qualquer instituição do exterior. O certificado precisa ser validado por uma universidade pública brasileira, que checa as disciplinas cursadas e, em alguns casos, exige uma prova para verificar os conteúdos aprendidos. "A dificuldade maior é no reconhecimento de cursos que têm conselhos fortes, como Medicina e Direito", diz o secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC), Nelson Maculan. Recentemente, Cuba pediu ao MEC validação automática dos diplomas de seus médicos, mas o governo manteve a exigência feita a outros países.

Maculan não vê problemas na migração de estudantes do Brasil para a Rússia, mas diz que o País precisa garantir que eles voltem para cá depois de formados. "Há boas e não tão boas universidades na Rússia, como há nos Estados Unidos."

Alguns brasileiros que decidiram estudar em instituições russas estão indo em busca de pós-graduação, também mais barata e com processos seletivos mais simples que em outros países. O engenheiro gaúcho Lie Pablo Pinto, de 28 anos, começou a estudar russo há seis meses e em setembro viaja para sua pós-graduação em Controle e Automação na Universidade Politécnica de São Petersburgo. "O Ocidente aprendeu controle com os russos, a instituição é conhecida no mundo inteiro", diz. Assim como os estudantes de graduação, terá de passar apenas pela Faculdade Preparatória para conseguir sua vaga. Ele estima gastar R$ 10 mil nos três anos de estudo, incluindo moradia.

Até 2010, as universidades russas terão adequado seus currículos aos oferecidos por instituições em outros países europeus. Assim, segundo a Declaração de Bologna, os diplomas expedidos na Europa serão validos em toda a região, sem a necessidade de revalidação. "Será uma espécie de ensino superior único", explica Anatoli Gatsalov, presidente da Associação Latino-americana Russa (Alar).