Título: Os sínodos decidem que rumos a Igreja deve tomar
Autor: Adriana Dias Lopes
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/07/2005, Vida&, p. A24

O próximo sínodo terá como tema a "Eucaristia, fonte e cume da vida e da missão da Igreja". Ele vai ocorrer de 2 a 23 de outubro, na Cidade do Vaticano. A data coincide com o 40º aniversário do primeiro sínodo da Igreja, convocado por Paulo VI, em 1965. O próximo encontro contará com 250 bispos de várias partes do mundo. "Irão seis do Brasil", conta d. Benedito Beni dos Santos, bispo-auxiliar de São Paulo.

Dois deles são eleitos diretamente pelo papa. Quatro serão escolhidos em agosto, na próxima assembléia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no mosteiro de Itaici, em Indaiatuba. Por enquanto, o único nome em que dá para apostar é o do cardeal d. Cláudio Hummes, arcebispo de São Paulo.

O sínodo é uma reunião de bispos. Ele serve para discutir assuntos da Igreja Católica e determinar os próximos passos que ela deve tomar. As reuniões podem extraordinárias (convocadas pelo papa para tratar de assuntos urgentes), particulares (regionais, só com bispos locais) e ordinárias (planejadas com antecedência).

A reunião pode também ser convocada por um bispo para discutir questões da diocese. Durante o papado de João Paulo II, foram realizados oito sínodos presididos por ele: um extraordinário, um particular e seis ordinários.

Os bispos se preparam com antecedência para os sínodos ordinários, respondendo questionários sobre o tema que vai ser discutido. As respostas são enviadas ao Vaticano. Tempos depois, os bispos recebem um documento, chamado Instrumentus Laboris, com o balanço do questionário. Outro documento é publicado depois do sínodo com as conclusões.

O último sínodo ordinário foi em 2001. O próximo, o XI ordinário, vai ter uma importância especial porque será o primeiro dirigido pelo papa Bento XVI. "Paulo VI publicava o documento elaborado pelos bispos na íntegra, sem alterar quase nada. João Paulo II misturava considerações pessoais com as dos bispos. Vamos ver como Bento XVI fará", conta Fernando Altemeyer, teólogo da PUC-SP. "Esse sínodo vai mostrar o estilo do novo papa."