Título: PSDB fala em tentativa de 'fuzilamento moral'
Autor: Vannildo Mendes
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/07/2005, Nacional, p. A14

O presidente do PSDB, o senador Eduardo Azeredo (MG), divulgou ontem nota afirmando que a executiva nacional, os governadores e líderes do partido viram "com estranheza" a notícia da prisão de Cícero Lucena. Os tucanos se solidarizaram com Lucena e criticaram a ação da Polícia Federal. "A prisão, nas circunstâncias em que ocorreu, reforça a suspeita de que operações policiais espalhafatosas vêm-se prestando a dar lustro falso de seriedade e autoridade a um governo enredado em indícios cada vez mais veementes de corrupção", diz nota. "O PSDB não se intimida diante dessa tentativa de fuzilamento moral e continuará a denunciar e combater com firmeza tanto a corrupção como a prepotência em qualquer nível de governo".

O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), classificou de "pirotecnia" e "abuso de poder" a prisão. "A prisão de Lucena é absolutamente sem sentido, pois os esclarecimentos estavam sendo prestados à Controladoria-Geral da União (CGU) e o processo estava em andamento."

O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, que almoçou com Aécio, afirmou apenas que a ação da PF foi decidida pela Justiça. "O ex-prefeito não é um marginal e a prisão foi determinada pelo Judiciário."

No Senado, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), considerou a prisão "arbitrária". Heráclito Fortes (PFL-PI) apontou contradição entre a CGU, que identificou fraudes, e o Tribunal de Contas da União, que aprovou as contas de Lucena.

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) criticou a ação da PF e falou das acusações de corrupção no governo. "Roubam em tantos lugares do Brasil. Os olhos da Nação estão bem abertos para as ações do presidente Lula, que não quer se corrigir, só quer viajar."