Título: Petroleiras fogem das ondas da pororoca
Autor: Nicola Pamplona
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/06/2005, Economia & Negócios, p. B9

Paraíso dos surfistas, que vêm de todo o mundo para aproveitar as longas ondas da pororoca, a Foz do Rio Amazonas tornou-se algoz das empresas de petróleo que se arriscam na região. A última vítima foi a britânica BP, que deve devolver à Agência Nacional do Petróleo (ANP) as duas concessões que tem na região. Na década de 70, nove companhias, entre elas as gigantes Shell e Exxon, se arriscaram por lá e também fracassaram. Era a época dos contratos de risco com a Petrobrás e a Foz do Amazonas figurou entre as bacias mais disputadas. O período exploratório dos blocos vence no segundo semestre e a empresa terá de definir se continua investindo ou devolve as concessões. Considerando que cada poço perfurado lá pode custar até US$ 40 milhões, a devolução é tida como certa. Oficialmente, a empresa informa apenas que o risco da região aumentou consideravelmente. Parceira da BP nos dois blocos, a Petrobrás informou que está analisando alternativas para continuar os trabalhos. A estatal, aliás, é a única a manter a aposta na região. No último leilão da ANP, arrematou nove áreas, aumentando para 21 o número de blocos em seu portfólio, sem contar os dois operados pela BP.