Título: Sinidicância põe três corretoras sob suspeita
Autor: Fernando Dantas
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/06/2005, Nacional, p. A11

Além da Assurê, do corretor Henrique Brandão, amigo de longa data do presidente licenciado do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), o relatório da Comissão de Sindicância do IRB aponta evidências incriminatórias contra as corretoras Alexander Forbes e Cooper Gay. A Alexander Forbes fechou contratos de colocação de resseguro no exterior no valor total de US$ 397 mil em 2002, pulando para US$ 9,2 milhões em 2003 e para cerca de US$ 18 milhões em 2004, a quarta posição do ranking do IRB. A Cooper Gay não aparece no ranking de 2002, salta para US$ 4,5 milhões em 2003 e US$ 13 milhões em 2004. A ligação da Assurê - que começou a operar apenas em agosto de 2003 e que em 2004 já acumulava US$ 18,4 milhões em contratos - com o PTB é clara. Jefferson declarou que ele contribuiu para o partido "por dentro" e "por fora".

No caso da Alexander Forbes e da Cooper Gay, as razões do favorecimento indevido ainda são motivo de rumores e histórias não comprovadas. A Alexander Forbes, de origem sul-africana, posicionada em décimo lugar entre as corretoras do mundo, entrou no Brasil em 1984 em joint venture com o Citicorp, criou uma unidade de resseguros em junho de 2002, transformada em uma nova empresa brasileira em junho de 2004. A corretora nega ligações com a Novadata, empresa citada no escândalo dos Correios. A Cooper Gay existe no Brasil desde 2003 e, no início deste ano, foi comprada pela matriz inglesa, da consultora Argos-Re, por US$ 3 milhões.