Título: 4 mil mortos este ano no Iraque
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Fonte: O Estado de São Paulo, 01/08/2005, Internacional, p. A12

Entre eles estão 2.072 civis e 855 rebeldes, segundo relatório do governo iraquiano; ontem ocorreram mais 17 mortes

Cerca de 4 mil iraquianos, mais da metade civis, morreram em ataques terroristas ou outros tipos de violência desde o início do ano, segundo relatório conjunto dos Ministérios da Defesa, Interior e Saúde do Iraque. A divulgação do documento coincidiu ontem com mais um dia sangrento, que deixou pelo menos 17 mortos - entre os quais 5 civis, um policial e 11 rebeldes. Segundo o relatório do governo, desde janeiro morreram 2.072 civis, 765 policiais e 308 soldados. O mesmo relatório fixa em 855 o total de rebeldes iraquianos mortos no período. O documento revela ainda que o mês de julho foi o mais sangrento do ano. O número de mortes nesse mês chegou a 578, entre policiais, militares e civis. Um aumento de 34% em relação ao mês anterior. Ficaram feridas 846 pessoas.

Entre os atentados mais sangrentos de julho estão os do dia 13 em Bagdá, que matou 32 meninos, dia 16 em Musayeb, com 83 mortos, e dia 29 em Rabiaa, que deixou 40 cadetes do Exército iraquiano mortos.

Ontem, o primeiro incidente ocorreu num posto de controle militar em Haswa, 50 quilômetros ao sul da capital. Um carro-bomba matou um policial e quatro civis. As autoridades iraquianas investigam se a explosão foi causaa por um suicida por uma detonação por controle remoto. Três pessoas ficaram feridas nesse atentado.

Não muito distante desse local, homens armados atacaram um comboio com membros do Congresso Nacional Iraquiano, partido do vice-presidente Ahmad Chalabi. "Eles dispararam armas de fogo contra os automóveis, matando um guarda-costas e ferindo três", disse um porta-voz do Ministério do Interior. "Não sabemos se o vice-presidente integrava a comitiva", acrescentou ele. A emboscada ocorreu em Latifiya, numa região conhecida como "triângulo da morte".

Em meio a esse clima, um porta-voz militar americano informou que 11 rebeldes foram mortos ontem numa ofensiva levada a cabo pelo Exército americano na região oeste do Iraque. Essa operação teve como alvo principal uma escola de Haditha, 220 quilômetros a noroeste de Bagdá, supostamente ocupada por rebeldes. "O edifício estava repleto de explosivos e armas", acrescentou o porta-voz, assegurando que entre as vítimas não figura nenhum civil. Os soldados tiveram apoio de tanques, helicópteros e caças-bombardeiros.

O porta-voz disse que não houve baixas do lado americano. Mas ele confirmou que cinco soldados dos Estados Unidos morreram no sábado em conseqüência da explosão de minas instaladas em rodovias - um em Dora, ao sul de Bagdá, e quatro na zona sudoeste da capital.