Título: Governo reduz projeção para o PIB
Autor: Renata Veríssimo
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/07/2005, Economia & Negócios, p. B1

O governo reduziu de 4% para 3,4% a projeção de crescimento da economia neste ano. Por isso, a meta de superávit primário - diferença entre receitas e despesas públicas, exceto gastos com juros -, que é de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB), teve o seu valor em reais reduzido em R$ 500 milhões, para R$ 46,455 bilhões. O governo estima ainda que o déficit do Regime Geral da Previdência será R$ 622,5 milhões menor que o projetado, caindo para R$ 38,297 bilhões.

Essas projeções estão no Relatório de Avaliação das Receitas e Despesas do Orçamento referente ao terceiro bimestre, enviado ontem ao Congresso. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) prevê o encaminhamento de um relatório bimestral ao Congresso com a reprogramação orçamentária para garantir o cumprimento das metas.

O novo decreto prevê a liberação de mais R$ 509 milhões do Orçamento Geral da União de 2005 para despesas de custeio e investimento de órgãos públicos federais. O desbloqueio esteve prestes a ser cancelado por causa do risco de o Planalto autorizar um novo reajuste salarial para os militares.

O assunto foi discutido ontem em reunião do vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e representantes do Ministério do Planejamento. Como não houve acordo, o desbloqueio foi anunciado. Há, porém, o risco de ele ser consumido com um aumento dos soldos. No início do ano, haviam sido bloqueados R$ 15,85 bilhões do Orçamento.

No relatório anterior, relativo ao segundo bimestre, foram liberados R$ 733 milhões. Desta vez, o Ministério do Planejamento informou que cerca de R$ 500 milhões serão destinados a órgãos do Poder Executivo e o restante, aos Poderes Legislativo e Judiciário e ao Ministério Público da União.

O relatório projeta que a taxa básica de juros, a Selic, média este ano deve fechar em 19,15%. Na última estimativa, era de 18,87%. Também foi revisada a projeção da taxa média de câmbio para 2005, de R$ 2,64 por dólar para R$ 2,53.

O governo ainda espera uma alta no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 2005, de 5,10% para 5,57%. Mas a estimativa para o IGP-DI caiu de 6,97% para 4,04%.

As receitas devem totalizar este ano R$ 368 bilhões, R$ 129,8 milhões menos que o projetado anteriormente, em razão do desempenho da arrecadação da Receita Federal, que deve cair R$ 814,6 milhões.