Título: Antecipação ao FMI reduz reservas cambiais
Autor: I.S., Renata Veríssimo
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/07/2005, Economia, p. B1

Pagamento de US$ 5,1 bilhões diminui saldo em US$ 1,2 bilhão

A antecipação do pagamento ao Fundo Monetário Internacional (FMI) de US$ 5,1 bilhões dos empréstimos feitos ao País levou o Banco Central a reduzir de US$ 57,6 bilhões para US$ 56,4 bilhões a projeção das reservas cambiais brasileiras para o encerramento do ano. O pagamento antecipado ao Fundo, anunciado no dia 13, foi concretizado na sexta-feira, dia 22. Naquele dia, o saldo das reservas internacionais ficou em US$ 54,64 bilhões. No mês passado, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central, o setor público e o setor privado conseguiram, juntos, renovar em 100% o valor de créditos que haviam tomado no exterior. No entanto, desde o início de julho até ontem, esse mesmo movimento - chamado no jargão do mercado de taxa de rolagem - ficou em apenas 24%.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, essa queda é sazonal e não deve ser lida como um sinal de deterioração do crédito do Brasil no exterior. Ele afirmou que continua mantida a expectativa média para a rolagem de empréstimos no ano em 70%.

Lopes explicou, ainda, que em julho houve concentração de vencimentos de dívidas no valor de US$ 3,3 bilhões. Para honrar esses pagamentos, muitas empresas já haviam se antecipado e captado recursos no exterior nos meses anteriores. A quitação dessas dívidas faz com que a taxa de rolagem caia.

DÍVIDA EXTERNA

A dívida externa brasileira estava em US$ 199,8 bilhões no mês de abril, segundo estimativa divulgada ontem pelo Banco Central. Foi uma queda de 1%, na comparação com março. A redução se deve ao fato de as empresas estatais haverem aproveitado o câmbio favorável para antecipar a quitação de suas dívidas, num total de US$ 930 milhões.

A nova avaliação da dívida externa do País, no entanto, não é definitiva, já que o Banco Central divulga esse valor com defasagem de alguns meses. A próxima informação consolidada, referente ao segundo trimestre do ano, está prevista para setembro.