Título: Tucano admite depor na CPI espontaneamente
Autor: João Domingos e Mariângela Gallucci
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/07/2005, Nacional, p. A8

O presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), pretende se antecipar e comparecer espontaneamente à CPI dos Correios até terça-feira para dar explicações sobre esquema de financiamento de sua campanha à reeleição ao governo de Minas, em 1998, que teria recebido recursos da SMPB, do empresário Marcos Valério. A atitude do tucano, na avaliação de parlamentares da oposição, poderá abrir espaço para que seja feita a convocação do deputado José Dirceu (PT-SP) pela CPI, o que provavelmente ocorrerá na primeira quinzena de agosto. Os entendimentos entre oposição e governo estão sendo feitos discretamente por integrante da CPI com o objetivo de negociar o melhor momento para ouvir José Dirceu. Os aliados do governo na CPI acreditam que a convocação de Dirceu é inevitável, mas preferem dar tempo para que ele se prepare e que a convocação seja feita após ele depor no Conselho de Ética da Câmara, marcado para a próxima terça-feira. Caso a oposição insista em convocar agora Dirceu, os governistas ameaçam convocar também o presidente do PSDB, caracterizando a disputa política e envolvendo o PSDB nas investigações.

Azeredo tem informado a seus aliados que até a terça-feira terá documentos em mãos para ir pessoalmente fazer sua defesa à CPI. Ontem, a mulher de Valério, Renilda Fernandes de Souza, surpreendeu a CPI ao dizer que Dirceu teve encontro com as diretorias dos bancos Rural e BMG. Portanto, segundo ela, ele sabia dos empréstimos ao PT por meio do Valério. Dirceu, em nota, confirmou os encontros, mas negou que o assunto tenha sido os empréstimos ao PT.