Título: Motoristas de 2 linhas param em protesto
Autor: Marcelo Godoy
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/07/2005, Metrópole, p. C1

Duas linhas de microônibus da zona norte da capital paralisaram suas atividades ontem de manhã para protestar contra a ação de duas quadrilhas que exigem propina diária para deixar os veículos circularem. "Elas ficam nos pontos finais da zona oeste e cobram dos condutores taxas entre R$ 20,00 e R$ 50,00", disse um dirigente da Transcooper, empresa que gerencia as linhas. Ele preferiu não se identificar por motivo de segurança. Deixaram de circular ontem as linhas 9005/10 (Jardim Primavera-Terminal Cachoeirinha) e 9005/41 (Jardim Vista Alegre-Terminal Cachoeirinha). Segundo o diretor da Transcooper, as cobranças diárias começaram há dois meses. "Se o operador não paga, os grupos apedrejam os veículos e até batem nos cobradores e motoristas", contou.

"Na noite de quarta-feira, um dos microônibus quase foi incendiado porque um cobrador não quis pagar o pedágio. A situação está dramática."

Os motoristas, de acordo com o diretor, temem até procurar a polícia. O único operador que tentou registrar queixa em delegacia foi identificado por um dos bandidos. Sua casa foi invadida e a família, ameaçada.

Segundo a São Paulo Transporte (SPTrans), que gerencia o transporte público da capital, os passageiros das linhas paradas não foram prejudicados. As linhas atendem 9.200 passageiros por dia. As pessoas tiveram a opção de utilizar as linhas 9004 (Jardim Elisa Maria-Terminal Cachoeirinha), que também é feita por microônibus, e a 971, com ônibus convencional, que faz o itinerário Jardim Damasceno-Terminal Cachoeirinha.

Por volta das 14 horas, os microônibus das duas linhas tinham voltado a circular normalmente.

A SPTrans disse que pediu reforço policial no local para garantir a segurança dos perueiros e evitar a ação das quadrilhas.