Título: Assassinato ainda não foi esclarecido
Autor: Fausto Macedo, Marcos Rogério Lopes
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/07/2005, Nacional, p. A8

TRANSPORTE: A investigação sobre o assassinato do prefeito Celso Daniel e as acusações de existência de um esquema de corrupção na prefeitura de Santo André continua em aberto. Em janeiro de 2002, o petista Celso Daniel foi seqüestrado ao voltar de um jantar em companhia do empresário Sérgio Gomes da Silva. Dois dias depois, o prefeito de Santo André foi encontrado morto. Apresentada por promotores e pelo seu irmão, o oftalmologista João Francisco Daniel, a denúncia descreve um suposto esquema de extorsão de empresas de transporte coletivo em Santo André por integrantes da prefeitura ligados ao PT. Em depoimento, João Francisco disse ao Ministério Público que em setembro de 2001 Gilberto Carvalho, hoje chefe de gabinete da Presidência, teria contado que o dinheiro recolhido ia diretamente para o então presidente do PT, deputado José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, e era usado para financiar campanhas eleitorais. O PT nega.

O prefeito, segundo seu irmão, teria sido morto por se rebelar contra o esquema de propinas e decidido tomar providências contra ele. Comprovantes bancários recolhidos pelo Ministério Público confirmam depósitos de Luiz Alberto Gabrilli, empresário de ônibus de Santo André, na conta de Sérgio Gomes da Silva. A promotoria suspeita de que Sérgio Gomes tem envolvimento no assassinato do prefeito. A família Gabrilli diz que sofria extorsão do esquema.