Título: Tarso enfim aceita disputar a presidência do partido
Autor: Sandra Hahn
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/07/2005, Nacional, p. A13

O presidente interino do PT, Tarso Genro, decidiu aceitar a indicação do Campo Majoritário - grupo moderado que dirige o partido - para concorrer à presidência da legenda nas eleições internas marcadas para setembro. Ele deixa hoje o Ministério da Educação. O convite do Campo - feito para substituir o nome de José Genoino, que renunciou à presidência do PT e à candidatura -, foi formalizado no último sábado. Tarso assume a candidatura pregando a "refundação" do partido, tentando desvencilhar-se dos nomes do Campo envolvidos nas denúncias de caixa dois e corrupção. O grupo ainda tenta atrair o apoio do Movimento PT, corrente de centro de onde Tarso é egresso. Pelo menos para o segundo turno da disputa. A deputada Maria do Rosário (PT-RS), candidata da tendência, nega que vá retirar sua candidatura. Além dos dois, há outros 5 candidatos oriundos da esquerda petista.

"Seria bom que a esquerda se unificasse", afirmou Tarso, ressaltando, porém, ser contrário à construção de uma candidatura de consenso de todas as correntes. A esquerda já trabalha a hipótese de união, mas apenas no segundo turno. "Seria um erro unificar candidaturas neste momento. Isso, provavelmente, significaria perda de votos no primeiro turno e um enfraquecimento dos que lutam pela limpeza do PT", diz Valter Pomar, da Articulação de Esquerda. "Temos plataformas próprias a defender", afirmou Plínio de Arruda Sampaio, do Fórum Socialista. "Não tem sentido Tarso sugerir mudança nas demais candidaturas", reagiu Raul Pont, da Democracia Socialista.