Título: Balança tem novo superávit recorde
Autor: Denise Chrispim Marin
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/08/2005, Economia & Negócios, p. B1

A balança comercial encerrou o mês de julho com o superávit recorde de US$ 5,011 bilhões, resultado de um volume inédito de exportações, de US$ 11,061 bilhões, e de importações no valor de US$ 6,050 bilhões. Os dados divulgados ontem pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) incluem outras 13 cifras recordes nas trocas de bens entre o Brasil e o exterior e indicaram que a meta do governo de obter um saldo positivo de US$ 35 bilhões na balança, em 2005, pode ser superada. O superávit acumulado de janeiro a julho já alcançou US$ 24,678 bilhões. As exportações no período, de 64,738 bilhões, cumpriram mais da metade da meta de US$ 112 bilhões definida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) para o ano. No período de 12 meses até julho, o saldo comercial superou a meta de 2005 ao somar US$ 39,875 bilhões, com as exportações atingindo US$ 108,9 bilhões. O novo secretário-executivo do MDIC, Ivan Ramalho, manteve sua aposta de que, de agosto a dezembro, as importações terão um ritmo mais expressivo de aumento. Portanto, mesmo prevendo que não haverá recuo nas exportações, ele afirmou que os saldos mensais tendem a ser mais modestos. Ao divulgar os dados de julho, o secretário teve o cuidado de destacar que as exportações de julho foram infladas em US$ 300 milhões por conta de embarques de petróleo feitos em junho e registrados após a virada do mês. Mesmo descontado esse valor, as exportações, que ficariam em US$ 10,761 bilhões, e o saldo do mês, que seria de US$ 4,711 bilhões, continuariam a figurar como números inéditos. As exportações de julho aumentaram 28,9% ante igual mês de 2004, favorecidas pelas elevações dos volumes embarcados e pela alta dos preços internacionais de produtos importantes na pauta de exportação brasileira, como minério de ferro, óleos combustíveis, café em grão, carnes suína e de frango, açúcar e laminados planos. O petróleo bruto foi o principal produto de exportação em julho, atingindo US$ 850 milhões. Houve aumento de embarques nas três categorias de produtos. A média diária de exportações de produtos básicos cresceu 45,1%. A de semimanufaturados, 9,7%, e a manufaturados, 23,6%, em comparação com julho de 2004. As importações avançaram com fôlego bem menor - tiveram alta de 14,7% -, puxadas pela queda de 3% nos desembarques de combustíveis e lubrificantes. Mas as relacionadas ao incremento da atividade produtiva no País tiveram desempenho mais satisfatório. As compras de bens de capital cresceram 30% e as de insumos industriais, 15,7%. As de bens de consumo aumentaram 11,5%. Os dados consolidados de janeiro a julho apontaram crescimento de 24,6% das vendas externas em relação a igual período de 2004. Mas a Secex notou uma reacomodação nas duas principais categorias de produtos da pauta exportadora. Os embarques de produtos básicos, que antes respondiam por uma fatia de 31,4% das vendas externas, neste ano representaram 28,8%. A contribuição das exportações de manufaturas, os itens que agregam mais valor, passou de 53,1% para 55,0%. As importações somaram US$ 40,060 bilhões de janeiro a julho e apresentaram crescimento de 19,2%. Balança tem novo superávit recorde Saldo positivo registrado em julho foi de US$ 5,011 bilhões, com exportação inédita de US$ 11,061 bilhões