Título: Marines no alvo: mais 14 são mortos
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Fonte: O Estado de São Paulo, 04/08/2005, Internacional, p. A16

Rebeldes iraquianos mataram ontem 14 fuzileiros navais (marines) americanos e feriram outro no oeste do Iraque. Foi um dos piores ataques a tropas americanas desde a invasão do país, em março de 2003. O ataque contra um blindado anfíbio de assalto da Marinha ocorreu perto de Haditha - a mesma região onde na segunda-feira uma bomba matou outros seis marines.

Trinta e sete militares americanos morreram nos últimos dez dias no Iraque, indicando um crescimento acelerado da onda de violência. Desde o início da invasão há 2 anos e 5 meses, 1.816 soldados americanos perderam a vida em território iraquiano, segundo estatística do Pentágono.

O ataque ocorreu quando os marines tentavam pôr fim à ação de rebeldes ao longo do Vale do Rio Eufrates. "A missão dos marines naquela região é patrulhar várias cidades de forma simultânea para impedir a mobilidade de um inimigo letal", disse o general Carter Ham, vice-diretor de operações do Estado Maior conjunto.

Um dos grupos islâmicos mais violentos do Iraque, Ansar al-Sunna, assumiu a autoria do atentado a bomba de segunda-feira que matou seis soldados. Em um site na internet, o grupo diz ter matado oito marines. "Atiramos em alguns e cortamos a garganta de outros", diz o grupo. A autenticidade do comunicado não pôde ser comprovada.

Haditha fica na Província de Anbar, oeste do Iraque, área cuja pacificação é considerada prioritária para o Pentágono.

Em Washington, o presidente George W. Bush reagiu com indignação e recusou-se a fixar um calendário para a retirada das tropas do Iraque.

"Os terroristas e os rebeldes usam táticas brutais porque querem quebrar a vontade dos Estados Unidos", disse ele. "Querem que nos retiremos e deixemos de ajudar os inocentes, mas fracassarão. Não compreendem a natureza e a força da América. Não entendem nosso determinação de nos proteger e também proteger nossos amigos e aliados, e de estender a liberdade a todo o mundo."