Título: PCC: polícia frustra resgate de preso
Autor: Julio Cesar Lima
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/08/2005, Metrópole, p. C1,3

Mulher, filha e empregada de piloto foram seqüestradas em Curitiba para forçá-lo a libertar líder da facção com helicóptero

O fim de um seqüestro em Curitiba, ontem, frustrou o plano de resgate de um líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) do Complexo Penitenciário de Mirandópolis (SP), conhecido como Vô, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná. Na madrugada de ontem, o grupo de elite Tigre, da Polícia Civil, e a Polícia Federal libertaram de um cativeiro no bairro Boqueirão, em Curitiba, a mulher, a filha e a empregada do piloto de helicóptero José Melo Viana. Elas foram feitas reféns para forçar o piloto a participar do plano de fuga, que previa o uso de um helicóptero. A operação, segundo a SSPP, deveria custar R$ 1 milhão ao preso. Como o helicóptero de Viana estava em manutenção, hoje os criminosos depositariam R$ 16 mil na sua conta, para que ele alugasse outro aparelho.

As vítimas, que não tiveram os nomes divulgados, foram levadas às 9 horas de quinta-feira da residência do piloto, no bairro curitibano de Ahu, para o cativeiro da Rua Simão Kossobudski, 1.750, a 30 quilômetros dali, no Boqueirão. Elas seriam libertadas só após o piloto, conhecido pelas manobras arrojadas, concluir o resgate.

Os policiais - pelo menos 30 - estouraram o cativeiro ontem de madrugada usando bombas de efeito moral e encontraram as reféns em um quarto da casa, sem vendas ou amarras. Elas eram vigiadas por dois seqüestradores. Não houve tiroteio.

Foram presos Edimar Alves, o Fininho, líder do grupo; Alessandro de Jesus Alves, o Colorau; Elondri Marcelo Santos Boza, o Cabelo; e Ana Lúcia da Paixão. No local, foram encontradas duas pistolas 765, duas PT 380, e uma 9 milímetros. Fininho, ligado ao PCC, teve quatro costelas quebradas ao resistir à prisão. Os responsáveis pelo planejamento do crime estão foragidos.

Segundo o delegado do grupo Tigre, Riad Braga Faraht, Vô teria terceirizado a execução do seu resgate. "Para a fuga, a polícia descobriu que, além do helicóptero, seriam utilizados explosivos", disse.

A polícia paranaense contou com a ajuda dos policiais de São Paulo para resolver o caso. Toda a operação de resgate das vítimas foi gravada em DVD pela polícia.