Título: 'Suspeitas são irresponsáveis'
Autor: Adriana Fernandes
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/08/2005, Nacional, p. A5

Amazônia nega atos ilícitos e remete cópias de notas à CPI

O presidente da Amazônia Celular, André Almeida, anunciou ontem que a empresa vai entregar à CPI dos Correios as cópias de todas as notas fiscais de pagamentos às agências de publicidade DNA e SMPB, que pertencem ao empresário Marcos Valério de Souza. Seu objetivo é "provar que não aconteceu nenhum ato ilícito nas relações da empresa com as agências acusadas". "No mínimo, classifico de irresponsável", disse Almeida sobre o envolvimento do nome da Amazônia Celular nos episódios ligados a Marcos Valério. Controlada pelo grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, a empresa foi apontada, ao lado da Telemig, de Minas Gerais, como responsável pelo repasse de mais de R$ 127 milhões ao suposto caixa das agências de Valério. As empresas contestam esses valores.

Segundo Almeida, a Amazônia Celular investiu R$ 33,3 milhões em publicidade, de 2001 até o primeiro trimestre de 2005. Desse total, disse, apenas R$ 3,8 milhões ficaram com a DNA e R$ 459 mil com a SMPB. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado de capitais no País, também cobrou da empresa explicações sobre essas movimentações e recebeu as mesmas informações remetidas à CPI.

TELEMIG

A Telemig Celular e a Amazônia Celular também manifestaram ontem, em nota oficial, seu "repúdio às graves suposições levantadas" em reportagem do Estado que relacionam verbas depositadas na DNA e na SMPB a "eventuais interesses de seu controlador, o Opportunity". Segundo a nota, diante da publicação as duas empresas se sentem "na obrigação de reiterar as informações". Os valores em publicidade da Telemig Celular e da Amazônia Celular, prossegue o texto, "fundamentam-se em rigorosos critérios técnicos estabelecidos com base em suas respectivas estratégias de marketing ".

A nota afirma, ainda, que as operadoras de telefonia "remuneraram as duas agências com um valor de aproximadamente R$ 3 milhões por ano, uma quantia inferior à média do setor, altamente intensivo no que diz respeito aos investimentos em publicidade".