Título: GM reajusta preços e perde vendas no México
Autor: Marcelo Rehder
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/08/2005, Economia & Negócios, p. B1

O México, maior comprador de carros da General Motors do Brasil, não aceitou reajuste de preços por causa de aumento de custos e defasagem cambial, e a empresa teve de reduzir as exportações para o país, inicialmente de 80 mil unidades. "Vamos deixar de exportar 11 mil veículos e corremos risco de a concorrência ocupar nosso espaço", diz o vice-presidente da GM, José Carlos Pinheiro Neto. A empresa esperava aumentar o faturamento externo este ano, mas agora se contenta em repetir o US$ 1,3 bilhão de 2004. O prejuízo não será maior porque a GM apostou na exportação de CKDs (carros desmontados). Esse tipo de contrato, que responde por 40% dos negócios do grupo, "cria laços mais fortes com o cliente e não há mudança de contrato com tanta facilidade", explica o executivo.

A GM é a única montadora a manter uma fábrica dedicada à produção e embalagem de carros desmontados, que seguem em kits para acabamento no país comprador. A unidade fica em São José dos Campos (SP), junto à fábrica de veículos. Hoje, exporta Corsa, Astra e Montana desmontados. Em 2007, iniciará uma operação de CKD do Celta e do novo carro que produzirá em Gravataí (RS).

Pinheiro Neto define a operação como um casamento: "Vale na alegria e na tristeza." Segundo ele, a compra em CKD implica investimentos do comprador na instalação da linha de montagem, contratação de pessoal e fornecedores. Em média, a GM fornece 65% das peças, que vão de motores, rodas e portas a capôs e arruelas.

No caso do carro pronto, a relação termina quando é deixado no porto para embarque. "A possibilidade de suspensão de pedidos é maior", diz ele. Financeiramente, não há muita diferença de preços, afirma.