Título: Segurança foi conivente ou negligente, diz especialista
Autor: Carmen Pompeu
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/08/2005, Metrópole, p. C1

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Segurança Eletrônica e Cursos de Formação do Estado de São Paulo (Sesvesp), José Jacobson Neto, o assalto deve ter contado com a ajuda de algum funcionário do banco ou da empresa que faz a segurança. "Quando os sensores são desarmados, a central de alarme dispara que o sistema está inoperante. Aí, verifica-se se é falta de energia ou algo assim", explica. "Será que neste caso ninguém checou o motivo?" Ainda segundo ele, o fato de o crime só ter sido descoberto ontem demonstra enorme negligência na segurança. "Eles entraram no cofre forte e não chegou ninguém? Levar esse tanto de dinheiro é uma questão de horas, não de minutos." De acordo com Jacobson Neto, sete de cada dez assaltos a banco têm ajuda de "gente de dentro".

A quadrilha responsável pelo roubo em Fortaleza, disse Jacobson, deve ter membros de São Paulo ou do Rio. "Nos últimos anos, a Secretaria de Segurança se empenhou e os bancos gastaram muito em equipamentos para combater os assaltos, que tiveram uma queda expressiva. Então, os bandidos migraram." Segundo o presidente do Sesvesp, o número de roubos ainda é alto no Rio Grande do Sul e no Nordeste, para onde foram os ladrões.