Título: Total de passageiros do metrô durante a semana caiu 15%
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Fonte: O Estado de São Paulo, 06/08/2005, Internacional, p. A16

Desde os ataques terroristas de 7 de julho, o número de passageiros da rede do metrô de Londres caiu 15% nos dias de semana e 30% nos fins de semana, informaram as autoridades na quinta-feira. A queda revela até que ponto a desestruturação do serviço e o medo da população têm cobrado seu preço, à medida que a rede de metrô continua a voltar à normalidade, com a reabertura completa da linha Piccadilly, alvo do mais mortífero dos atentados de 7 de julho. Acredita-se que redução do número de passageiros nos fins de semana esteja diretamente relacionada com a perda de 15% da capacidade dos trens com os ataques. Partes da linha Piccadilly e da linha Circle foram fechadas por serem consideradas cena de crime pelas equipes de legistas do esquadrão antiterrorista, que lançaram uma busca minuciosa a impressões digitais.

A redução no fim de semana sugere que aqueles que não precisam usar o metrô para ir trabalhar estão evitando-o pela primeira vez, embora as autoridades digam que as tendências mais recentes mostram que os viajantes estão voltando.

Stephen Glaister, professor de transporte do Imperial College, Londres, e membro do conselho de transporte de Londres, disse que a população se comportou de forma semelhante após o incêndio na estação King's Cross do metrô, em 1987. "Demorou cerca de nove meses para a recuperação do número de passageiros porque as pessoas ficaram preocupadas com o sistema inteiro, mas depois voltou a confiança", disse ele.

Glaister disse também que o número de passageiros de ônibus de Londres parece ter se mantido estável. "Alguns desistiram de usar os ônibus, mas outros passaram do metrô para os ônibus."

Mas a preocupação com a baixa no número de passageiros foi compensada por uma sensação de realização em relação à retomada dos serviços entre King's Road e Russell Square, onde 26 pessoas foram mortas em 7 de julho. Tim O'Toole, diretor-executivo do metrô de Londres, disse: "A volta da linha Piccadilly é um grande passo no retorno do metrô à normalidade. Agora estamos operando todas as estações e determinados a dar continuidade à tarefa de recuperar totalmente o metrô."

A tarefa de reabertura da linha Piccadilly foi árdua. Uma vez que a equipe de legistas encerrou seu trabalho, três turmas de engenheiros trabalharam 24 horas por dia em turnos de 8 horas para restaurar o trecho danificado dos trilhos. Os investigadores extraíram itens como provas, incluindo parte dos dormentes, que precisaram ser repostos.