Título: Para americano, polícia precisa de informantes
Autor: Carmen Pompeu
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/08/2005, Metrópole, p. C3

Especialista em investigações criminais, consultor de segurança há mais de 30 anos e hoje à frente da Risks Solution, o americano James Wygand acredita que será difícil as autoridades descobrirem os autores do roubo ao Banco Central de Fortaleza, caso não contem com "bom serviço de informantes no mundo do crime". São pessoas que, segundo Wygand, podem ter notado algo incomum, como a compra de equipamentos, ou saber de grupos que estavam planejando grandes ações. "A polícia tem de procurar gente do crime para saber o que ocorreu."

De acordo com o especialista, o bando estava estruturado. "O roubo não foi planejado em mesa de bar. Foi algo pensado. Vale um filme." Ele disse que o fato de as notas serem usadas tornará a investigação mais difícil. "As notas podem pingar no Paraguai ou em outros Estados aos poucos. Ninguém vai notar", disse o americano, que ajudou a solucionar vários crimes no Brasil.

Wygand recomendou que se investigue se houve cooperação de funcionários do BC no roubo, pois o alarme foi desligado. "Ou então os próprios criminosos realizaram este trabalho, o que mostra o seu preparo."

Ele explicou que, por mais que o plano seja bem-feito, os bandidos sempre deixam rastro. "Pode demorar, mas sempre se chega ao bando." Wygand lembra de um caso assim, um roubo no Aeroporto Kennedy, nos Estados Unidos. "Os bandidos foram detidos bom tempo depois."