Título: Buratti se defende no caso Gtech, mas não convence
Autor: Ricardo Brandt
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/08/2005, Nacional, p. A9

BRASÍLIA - O advogado Rogério Buratti reforçou ontem as suspeitas sobre seu envolvimento no suposto esquema de extorsão da multinacional Gtech, ao depor durante na CPI dos Bingos. Os senadores acreditam que ele mentiu, entre outros momentos, ao dizer que não conhece o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência Waldomiro Diniz e ao declarar que foi convidado pela Gtech para atuar como lobista na renovação de contrato com a Caixa Econômica Federal. Em troca, receberia de R$ 500 mil a R$ 10 milhões, conforme já havia relatado ao Estado e reiterou ontem à CPI. Buratti disse ter sido apresentado à Gtech pelo advogado Enrico Gianelli, do escritório Fischer&Foster. O contrato da Gtech com a Caixa, de US$ 100 milhões anuais, foi renovado por 25 meses em 8 de abril de 2003 e prorrogado por mais um ano, em maio último. 'Foi uma mentira do começou ao fim', afirmou o relator da CPI, Garibaldi Alves (PMDB-RN).

Os senadores apontam como 'fortes indícios' de sua participação na suposta extorsão da Gtech os cerca de cem telefonemas trocados entre Buratti e o então assessor da presidência da Caixa, Ralf Barquete, morto no ano passado. As ligações foram feitas entre 12 de fevereiro a 14 de abril, quando da negociação e assinatura do contrato.

Outro indício contra Buratti, segundo o relator, é sua evolução patrimonial de 2002 para 2003. No ano da renovação do contrato, a movimentação de Buratti, no Banco do Brasil, por exemplo, quintuplicou.