Título: Bolsa na máxima e dólar na mínima
Autor: Silvana Rocha, Mario Rocha e Denise Abarca
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/08/2005, Economia & Negócios, p. B11

Tudo ajudou: IPCA baixo, depoimento não comprometedor de Marcos Valério e balanços locais positivos

Num dia altamente positivo, o Ibovespa fechou na pontuação máxima, em alta de 2,17%, e o dólar fechou na cotação mínima, R$ 2,295, em queda de 1,48%. O risco país recuou 1,30%, para 380 pontos, o A-Bond ganhou 0,95%, vendido com ágio de 3%, e os juros futuros ficaram estáveis, assim como o paralelo, que fechou em R$ 2,63. A Bolsa paulista foi ajudada pelo IPCA de julho, perto do piso das estimativas, pelo depoimento sem grandes novidades de Marcos Valério na CPI do mensalão, e principalmente pela expectativa de balanços favoráveis das empresas locais. Para completar, o petróleo futuro recuou, o juro básico americano subiu dentro das expectativas e as Bolsas americanas se valorizaram - o Índice Dow Jones 0,75% e a Nasdaq, 0,45%. Agora, a Bovespa acumula alta de 4,80% em agosto e de 4,18% em 2005. O volume financeiro somou R$ 1,462 bilhão.

Hoje, as atenções estarão voltadas para o resultado da Vale. Ontem, os papéis da mineradora fecharam em alta de 1,59% (ON) e de 2,15% (PNA). Entrou capital externo na Bolsa e os investidores domésticos contiveram o movimento de venda de ações. As maiores altas do Ibovespa foram de Comgás PNA (7,02%), Tele Leste Celular PN (6,71%) e Acesita PN (6,12%). Só 3 ações do índice caíram, Light ON (2,41%), Tractebel ON (1,27%) e Tele Centro Oeste PN (0,72%).

O comercial fechou na menor cotação desde 12 de abril de 2002 (R$ 2,294), e no mercado futuro, as apostas são de queda. Para 1.º de setembro é esperado um recuo de 1,49%. A nova sinalização do Tesouro de que não há urgência em entrar na compra de dólares, porque o cronograma deste ano está adiantado, reforçou a tendência de queda.

Segundo operadores, se não fosse a crise política o dólar já teria atingido os R$ 2. O fluxo de entrada tende a continuar forte, e sem a previsão de compras por parte do Tesouro, a queda poderia se acelerar.

No mercado de juros, a liquidez finalmente melhorou, mas as taxas voltaram a fechar perto da estabilidade, com viés de queda. O contrato de janeiro de 2007 projetou taxa de 17,68% ao ano, contra 17,70% na véspera. O de janeiro de 2006, o segundo mais negociado, projetou 19,08%, ante 19,10%. Para analistas, há condições para o juro básico ser reduzido já em agosto.