Título: Lucro da Vale dobra no 2.º trimestre
Autor: Alaor Barbosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/08/2005, Economia & Negócios, p. B3

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) registrou lucro líquido de R$ 3,479 bilhões no período de abril a junho, o que dá uma média superior a R$ 1 bilhão por mês no primeiro trimestre e representa aumento de 107% em relação a igual período do ano passado. No primeiro semestre, o lucro líquido somou R$ 5,094 bilhões, com aumento de 93% em relação a igual período do ano passado. Com o aumento dos preços, as margens de lucro da companhia subiram para 43,8% das vendas, ante os 37,6% registrados em igual período de 2004. As vendas brutas somaram R$ 17,1 bilhões no semestre, com aumento de 28,6% sobre o primeiro semestre de 2004, com as exportações somando US$ 3,287 bilhões, o que garante à companhia a posição de maior exportadora brasileira. A empresa foi responsável por 14,8% do superávit de US$ 19,666 bilhões alcançado no semestre passado, assinala a companhia.

Os números foram divulgados ontem pela empresa no mesmo dia em que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) julgou as aquisições de empresas nos últimos anos, garantindo à empresa posição de amplo domínio da oferta de minério no País.

Juntamente com o balanço, a Vale divulgou vários dados ressaltando que a empresa aumentou fortemente os investimentos e a produção nos últimos meses.

A produção de minério de ferro, por exemplo, somou 112 milhões de toneladas, com aumento de 14,4% sobre igual período do ano passado.

Os executivos da empresa têm reiterado que a mineradora não pretende tirar partido de sua posição hegemônica no mercado interno, citando os pesados investimentos realizados nos últimos 12 meses, no total de R$ 6,1 bilhões.

Além do aumento na produção de minérios, a Vale do Rio Doce tem investido pesado na geração de energia.

No semestre passado, por exemplo, foi ligada a primeira turbina da Usina Hidrelétrica de Aimorés, a quinta unidade de geração de energia elétrica do grupo.

A empresa está investindo na construção duas usinas hidrelétricas, Capim Branco I e Capim Branco II, no Estado de Minas Gerais.

Na área de logística, a empresa comprou 63 locomotivas e 2.288 vagões para as ferrovias. No início de julho, foi aprovado o investimento no desenvolvimento do projeto de níquel do Vermelho, com capacidade estimada de produção de 46 mil toneladas por ano (tpa) de níquel metálico e 2.800 tpa de cobalto.

O investimento estimado é de até US$ 1,2 bilhão e a entrada em operação do Vermelho está prevista para o último trimestre de 2008.

A empresa está investindo também na identificação de novos depósitos de cobre, carvão, níquel, ouro e manganês e na expansão da produção da mina de potássio de Taquari-Vassouras, no Estado de Sergipe, de 600 mil para 850 mil toneladas anuais será concluída brevemente.

No exterior existem projetos para exploração de carvão de Moatize, em Moçambique, manganês de Franceville, no Gabão, fosfatos de Bayóvar, no Peru e potássio de Rio Colorado, na Argentina.

A Companhia iniciará também estudos compreendendo o projeto de carvão de Belvedere, no Estado de Queensland, Austrália, ainda segundo informações da companhia.