Título: Dólar cai a R$ 2,26. Ainda foi pouco
Autor: Silvana Rocha, Mario Rocha e Denise Abarca
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/08/2005, Economia & Negócios, p. B11

O dólar voltou a cair, desta vez 0,70%, para R$ 2,279, a menor cotação desde 10 de abril de 2002 (R$ 2,267), e poderia ter recuado mais, se não fosse a alta do petróleo futuro. O paralelo desvalorizou-se 0,76%, para R$ 2,61. O risco país caiu 0,79%, para 377 pontos, o nível mais baixo desde 29 de dezembro de 2004 (373). O A-Bond perdeu 0,20%, vendido com ágio de 2,8%, e o Ibovespa recuou 0,64%, depois de passar o dia em alta. O comercial reduziu a queda à tarde acompanhando a piora dos mercados por causa do novo recorde do petróleo futuro (quase US$ 65 o barril). Preocupações com o impacto da commodity sobre a economia e a inflação globais e sobre o ritmo do ajuste monetário nos EUA provocaram ajustes de posições. Na cotação mínima do dia, a moeda americana caiu 1,13%, para 2,269. No mercado futuro, os cinco contratos negociados projetaram queda. Para 1.º de setembro espera-se um recuo de 0,85%.

A Bovespa iniciou o dia com otimismo e subiu com a expectativa de balanços positivos, com a esperança de um corte na Selic já este mês e com a alta das Bolsas americanas. Mas o petróleo futuro derrubou Wall Street e, junto, a Bolsa paulista - o Dow Jones caiu 0,20% e a Nasdaq, 0,75%. O giro financeiro foi de R$ 1,855 bilhão.

Segundo um operador, houve realização de lucros, já que "o mercado estava com gordura para queimar". Apesar do petróleo, o humor na Bovespa é positivo. É forte a expectativa quanto aos balanços das companhias abertas. As maiores altas do Ibovespa foram de Unibanco Unit (3,72%), Bradesco PN (3,11%) e Itaúsa PN (2,64%). As maiores quedas foram de Braskem PNA (4,34%), Eletrobrás PNB (3,42%) e Telesp PN (3,10%).

No mercado de juros, os números da inflação divulgados ontem, abaixo das expectativas, fizeram crescer as apostas de que o Copom cortará a Selic ainda este mês, em 0,25 ponto porcentual. Nem mesmo o novo recorde do petróleo impediu a melhora das taxas futuras.

Todos os contratos projetaram queda, com melhora de liquidez principalmente nos mais curtos. O de janeiro de 2007 foi o mais negociado e projetou taxa de 17,58% ao ano, contra 17,68% na véspera.

A perda de interesse pela crise política também contribuiu para o quadro positivo.