Título: Mercadante: 'Foi mais uma trapalhada do Delúbio'
Autor: Fausto Macedo
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/08/2005, Nacional, p. A4

São conflitantes as versões para o pagamento da dívida de Lula. O PT afirma que cobrou R$ 29. 436, 26 do presidente. Paulo Okamoto, presidente do Sebrae, diz que pagou parte do débito com dinheiro do bolso. Mas o ministro Jaques Wagner, da Coordenação Política, afirma que Lula não tomou empréstimo. "O que eu tenho a dizer é o que ouvi do presidente", declarou Wagner. "Lula não tomou empréstimo do PT, não reconhece e não pagou empréstimo do PT." Wagner esclareceu que Lula, na época, era presidente de honra do PT e fez a Caravana da Cidadania, cujas despesas cabia ao partido bancar. "Se o PT lançou errado e depois consertou a contabilidade, tem que explicar", alertou. "O presidente de honra não vive a vida interna da burocracia nem da tesouraria." O ministro repetiu o que ouviu de Lula: "Não vou inventar história. Não tomei dinheiro emprestado, não reconheço dívida do PT, não paguei dívida que não existia."

O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), qualificou de "incompetente e irresponsável" a antiga tesouraria do PT e a responsabilizou pela "confusão". Ele subiu à tribuna do Senado ontem por três vezes para responder a ataques do PFL e do PSDB. "Não houve empréstimo. Foi mais uma trapalhada do (ex-tesoureiro) Delúbio Soares."

Já o PT informou que, em 2002, foi feita a rescisão do contrato de remuneração de Lula. No ato, Lula foi representado por Okamoto. "Foi apresentada uma dívida de viagens ao exterior, pagamento de passagem da sra. Marisa Letícia e adiantamento a funcionário. Okamoto não reconheceu." No final de 2003, segundo o PT, Okamoto propôs o pagamento em 4 parcelas. Okamoto disse que não reconheceu inicialmente o valor total "por não haver comprovante". E não aceitou pagar a passagem de Marisa.