Título: Confusão com homônimo causa constrangimento a gerente da Cosipa
Autor: Eugênia Lopes e Sérgio Gobetti
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/08/2005, Nacional, p. A8

A divulgação de dados imprecisos pelas CPIs criou problemas para pelo menos um cidadão que nada tem a ver com mensalão ou caixa 2 de campanhas. O gerente de exportação da Cosipa, Gilberto Rodrigues de Oliveira, levou um susto ao saber que fora identificado como beneficiário de R$ 25 mil repassados por Valério. "Fiquei abismado", conta o gerente, que nunca teve a mais remota relação com Valério ou suas empresas. Oliveira foi vítima de uma confusão: anteontem, ao depor, Valério entregou à CPI do Mensalão uma lista de 79 depósitos feitos pela SMPB para financiar candidaturas em Minas em 1998. Por determinação dos parlamentares, ele leu todos os nomes, embora não soubesse identificar a maioria. Coube aos assessores da CPI e aos jornalistas presentes tentar descobrir quem eram aquelas pessoas.

O nome Gilberto Rodrigues de Oliveira aparece na lista e foi incorretamente apontado como o do gerente da Cosipa. Mas trata-se de um homônimo ainda não identificado pela CPI. A situação lhe causou constrangimentos. "Estou sendo julgado pelos colegas de trabalho. Meu filho está consternado. É lamentável. Meu nome é bastante comum e o caso deveria ter sido checado com mais cuidado", queixou-se Oliveira, que trabalha há três décadas na Cosipa.

Essa foi só uma das confusões da lista. Ao ler os nomes Valério citou Heloisa Helena Barra Escomini como beneficiária de R$ 5 mil. A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) apareceu na sala logo depois e, aflita, interrompeu o depoimento, dirigindo-se ao presidente da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO).

"Os telefonemas já começaram no gabinete. Tenho de esclarecer que a Heloísa da lista não sou eu. Eu sou Heloísa Helena Lima de Moraes. Gostaria que isso ficasse claro." Valério disse que "não tem nada a ver com a senadora". Também não se sabe quem é a Heloísa da lista.