Título: Rosinha acusa governo de retaliar o Rio nas verbas para o metrô
Autor: Kelly Lima
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/08/2005, Metropóle, p. C3

As obras de ampliação do metrô do Rio viraram, a exemplo do ocorrido em São Paulo, um embate entre o Estado e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Acabou em impasse ontem reunião do presidente do BNDES, Guido Mantega, com a governadora Rosinha Matheus (PMDB) para definir a liberação de financiamento para as obras. Rosinha acusa a União de retaliação política. A empresa Odebrecht ameaça suspender hoje as obras da Estação Cantagalo, em Copacabana, se não forem liberados R$ 48 milhões referentes a seis parcelas atrasadas do financiamento - assinado entre BNDES e Estado em dezembro de 2003, ele tem valor total de R$ 193 milhões. Apenas duas parcelas foram liberadas em 2004, quando o repasse foi suspenso.

O presidente do banco, Guido Mantega, afirmou que está impedido de fazer o repasse porque o Estado não cumpriu uma das condições para a liberação, regularizar sua situação no Cadastro de Controle de Crédito do Setor Público do Tesouro Nacional (Cadip). A inadimplência, segundo ele, decorre de uma dívida anterior com o BNDES, de R$ 220 milhões. "O BNDES aprovou o financiamento mesmo sem o governo ter pago a dívida anterior. Mas agora está impedido de fazer o repasse por decisão do Tesouro Nacional."

Rosinha denunciou a retaliação política da "nova diretoria do BNDES". Segundo ela, um acordo de 2003 já repactuava a dívida de R$ 220 milhões, somando-a ao novo financiamento. Pelo menos 20 parcelas de R$ 13 milhões foram pagas pelo Estado referentes a esse acordo.

A governadora disse que o Supremo Tribunal Federal determinou em maio ao Tesouro que retire o Estado do Cadip. "O Rio está sendo lesado", afirmou.