Título: Risco Brasil cai 0,77%, para 385
Autor: Silvana Rocha, Denise Abarca e Mario Rocha
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/08/2005, Economia & Negócios, p. B11

O risco país voltou a cair, desta vez 0,77%, para 385 pontos, devido ao rumor de que a agência Standard & Poor's iria elevar o rating soberano do Brasil, se não houvesse a crise política. Também ajudou o depoimento do deputado Roberto Jefferson à CPI do mensalão, preservando a imagem do presidente Lula. O dólar caiu 0,26%, para R$ 2,305, o paralelo ficou estável, em R$ 2,637, os juros futuros tiveram ligeira alta e o A-Bond perdeu 0,10%, vendido com ágio de 3,40%. O Ibovespa voltou a cair, agora 0,91%. O comercial ensaiou uma alta mas logo retomou a trajetória de queda - foi a oitava seguida. Além do fluxo de entrada positivo, as tesourarias reforçaram a oferta de moeda americana estimuladas pela continuidade da queda do risco Brasil. À tarde, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, favoreceu a manutenção da queda do dólar ao informar que numa conversa com diretores da Portugal Telecom tratou apenas dos investimentos da empresa no Brasil, os números de sua expansão e seus planos.

A melhora dos juros futuros, à tarde, não se confirmou no fechamento. Com um fluxo considerado normal, as taxas projetaram um leve viés de alta. O contrato de janeiro de 2007 projetou taxa de 17,71% ao ano, contra 17,68% na véspera. O de setembro de 2005 fechou em 19,68% (19,69%), e o de janeiro de 2006, 19,10% (19,09%).

Pode-se dizer que os juros conseguiram sobreviver à pressão nos preços do petróleo, que acompanharam a elevação nos futuros da gasolina e gás natural, e nas taxas dos títulos do Tesouro americano. O contrato de setembro em Nova York fechou em US$ 61,38 o barril, em alta de 0,85%.

A Bovespa teve dois momentos distintos. De manhã, apresentou forte volatilidade, sem definição de tendência. Mas à tarde prevaleceram as vendas de ações, influenciadas pela queda das Bolsas em Wall Street - o Dow Jones recuou 0,82% e a Nasdaq, 1,15%

Com esse resultado, a Bolsa paulista passa a acumular alta de 1,64% em agosto e de 1,05% em 2005. O movimento financeiro ficou em R$ 1,274 bilhão. "A redução no giro financeiro com a Bovespa em queda mostra que faltou vigor ao movimento de baixa", comentou um operador.

As maiores altas do índice foram de NET PN (6,06%), Banco do Brasil ON (3,66%) e Comgás PNA (2,48%).