Título: De batida e confronto de rua a coma: nada de sentença
Autor: Laura Diniz
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/08/2005, Metrópole, p. C1

A cinegrafista Luana Janaina Bonifácio, de 21 anos, sofreu um acidente de carro há dois anos e ficou com o rosto deformado. Só na boca, foram 120 pontos. Os trabalhos de modelo ficaram suspensos. O acidente, segundo ela, foi causado pela imprudência de um motorista. "Meu marido estava na faixa da esquerda e o outro carro na do meio. O motorista estava com o celular na mão, entrou sem olhar e nos fechou", conta. A ação contra o motorista acaba de prescrever no Jecrim da Barra Funda. "Isso é um absurdo, eu me sinto injustiçado", indigna-se o fotógrafo Edson Raymundo de Caldas, de 49 anos, marido de Luana. "Pior é que só pagou o seguro do carro. Ele ficou impune e eu nem sabia que a ação tinha acabado. A Justiça nem me avisou", diz o fotógrafo.

Na lista de processos prescritos, segundo a promotora Renata Galhardo Cheuen Zaros, está até um confronto de camelôs com a Guarda Civil Metropolitana em 2003. O promotor Nilberto Bulgueroni lembra do caso de uma moça que queria entrar numa boate para falar com um amigo, mas foi barrada pelo segurança. "Ele acabou fechando a porta na mão dela e decepou parte de um dedo."

Bulgueroni também destaca o processo de uma senhora que estava no hospital e precisava tomar banho deitada, porque não podia se mexer muito. Por motivo desconhecido, a equipe do centro médico resolveu utilizar o banheiro. Ela caiu e entrou em coma. O suposto erro médico prescreveu.