Título: Paraná será base dos genéricos da Novartis no País
Autor: José Antonio Pedriali
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/08/2005, Economia & Negócios, p. B9

Fábrica em Cambé, que pertencia à Hexal, vai produzir 55 medicamentos

LONDRINA - A Sandoz, divisão de medicamentos genéricos do Grupo Novartis, com sede em Basiléia, Suíça, está transferindo toda a sua produção brasileira para Cambé (PR), processo que deverá estar concluído até janeiro do ano que vem. Toda a linha mundial de genéricos da Novartis passará para a Sandoz. A transferência é conseqüência da aquisição pela Novartis da alemã Hexal, em fevereiro deste ano, negócio que envolveu a cifra de 5,65 bilhões. A Hexal havia inaugurado em julho de 2004 uma unidade em Cambé (400 quilômetros ao norte de Curitiba). A aquisição permitiu também à Novartis o controle de 67,7% do capital da americana Eon Labbs, subsidiária da Hexal.

A unidade paranaense de genéricos produzirá 55 medicamentos, por conta da integração dos portfólios e eliminação de duplicidade. A oferta de genéricos da Novartis no mercado brasileiro - 32 produtos - era totalmente importada. A Hexal produzia 35 medicamentos.

A unidade paranaense emprega 300 funcionários, número que deverá chegar a 500 até o fim do próximo ano. Essa estimativa, no entanto, está condicionada ao crescimento do mercado farmacêutico nacional.

A fábrica da Hexal em Cambé, que produz atualmente 6 milhões de caixas por mês, opera com metade de sua capacidade de produção. A empresa estima que a ociosidade deverá estar reduzida a 30% até o final do ano e zerada até 2007.

A divisão brasileira de genéricos da Novartis faturou no ano passado R$ 61 milhões. A Hexal, por sua vez, contabilizou faturamento de R$ 100 milhões. Com o aumento dos produtos em oferta, o volume total de vendas da Sandoz deverá chegar este ano a R$ 180 milhões, calcula o diretor-geral da empresa no Brasil, Paulo Muradian. A Novartis faturou US$ 28,2 bilhões em 2004 em todo o mundo.

Para o presidente mundial da Novartis, Daniel Vasella, a aquisição da Hexal e da Eon "fortalece a capacidade da Sandoz de trazer ao mercado medicamento genéricos de alta qualidade". A integração, acrescenta a direção da empresa, trará grande impacto "sobre a base tecnológica" da Sandoz, principalmente em relação a adesivos transdérmicos, produtos para inalação e implantes. Permitirá também a expansão da produção e comercialização de produtos biotecnológicos.

A Novartis herdou, com a aquisição da Hexal, crédito de até R$ 180 milhões para refinanciar o recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Esse incentivo - equivalente a uma vez e meia o total de investimento da indústria - foi concedido pelo governo do Paraná à Hexal.