Título: A mudança de patamar nos índices de inadimplência registrada neste ano reflete não apenas a cobiça dos bancos em disputar os financiamentos ao consumi
Autor: Márcia De Chiara
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/08/2005, Economia & Negócios, p. B1,3

Tanto ricos como pobres ficam inadimplentes, o que varia é o valor da dívida que, normalmente, é proporcional à renda. Levantamento inédito feito pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) revela que o valor médio das prestações em atraso dos carnês da população do bairro paulistano de Pinheiros, na Zona Oeste, é quase quatro vezes maior que o dos moradores São Miguel, na Zona Leste da cidade. 'Isso é reflexo da renda média de cada região', observa o economista da ACSP, responsável pelo estudo, Marcel Solimeo. Em São Miguel, na periferia da cidade, a renda média mensal é R$ 1.023, enquanto em Pinheiros, está em R$ 3.711. O economista pondera que, no caso dos bairros mais abastados, há um grande peso dos financiamentos de veículos, que puxam para cima o valor médio das prestações. A pesquisa, que levou em conta a inadimplência registrada em julho em 15 regiões da capital, mostra também que bairros mais populosos são os que acumulam maior número de inadimplentes. O campeão é Santo Amaro, com participação de 20% no total de carnês com prestações atrasadas.

A menor fatia no total de inadimplentes fica com a Lapa (1,6%). Já o bairro de Pirituba, na Zona Oeste, foi o que registrou o maior crescimento da inadimplência comparativamente a julho de 2004 entre as 15 regiões pesquisadas. O índice de crescimento foi de 10,4%. A menor taxa de crescimento ocorreu em Pinheiros (8,4%), seguido pela Vila Maria (8,7%) e Butantã (8,7%).

Solimeo diz que a inadimplência cresceu de forma generalizada em todos os bairros em julho deste ano na comparação com igual período de 2004 e as taxas ficaram muito próximas do índice médio, de 9,6%.