Título: Não havia prova suficiente para denúncia, diz MPE
Autor: Luciana Garbin e Marcelo Godoy
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/08/2005, Metrópole, p. C4

O Ministério Público Estadual (MPE) considera que a solução do massacre dos sem-teto está distante - em setembro, o secretário da Segurança Pública, Saulo Abreu, havia prometido esclarecer o crime em um mês. O promotor Carlos Cardoso, assessor de Direitos Humanos da Procuradoria-Geral de Justiça, disse que é possível que a libertação dos acusados do crime tenha despertado um sentimento de impunidade entre os matadores. "Mas não podemos oferecer denúncia sem ter provas convincentes."

Em março, os dois PMs e um segurança indiciados pelo massacre foram soltos depois que o MPE considerou insuficientes as provas. Em seguida, três pessoas ligadas ao caso morreram. "Se iniciássemos uma acusação com provas frágeis, eles poderiam ser absolvidos."

Os policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) discordaram de Cardoso. Afirmaram que novas provas reunidas agora apontaram para os mesmos acusados indiciados antes.

Além da prisão de quatro PMs pelo assassinato da testemunha Priscila Machado da Silva, o DHPP identificou outros PMs que ameaçaram de morte mais uma testemunha. Uma outra pessoa confirmou que Priscila presenciou em 2004 o assassinato da sem-teto conhecida como Maria Baixinha, e por isso foi morta.