Título: Dívida externa é a menor desde 1997
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Fonte: O Estado de São Paulo, 19/08/2005, Economia & Negócios, p. B3

BRASÍLIA - A dívida externa brasileira chegou a US$ 198,28 bilhões em maio, o menor resultado desde dezembro de 1997, quando estava em US$ 191,6 bilhões. O endividamento do Brasil com o exterior caiu US$ 3,63 bilhões de março para maio. Os dados divulgados ontem pelo Banco Central mostram que o estoque da dívida externa, no período, caiu de US$ 201,92 bilhões para US$ 198,28 bilhões. O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, disse que a redução é resultado do pagamento de dívidas pelo setor público no valor de US$ 900 milhões no período e de um ganho de US$ 1,6 bilhão gerado pela valorização do real. Ele destacou que as empresas privadas têm conseguido antecipar a quitação de seus débitos com investidores estrangeiros, aproveitando a baixa cotação do dólar.

O volume da dívida externa deve ficar estável em junho mas deve voltar a cair em julho, em função da antecipação do pagamento de empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de quase US$ 5 bilhões.

O País não fará mais nenhum pagamento do principal da dívida com o FMI este ano. Para 2006, está previsto um desembolso de US$ 7,47 bilhões, já descontados US$ 1,12 bilhão que venceriam em março e que foram incluídos no pagamento antecipado em julho.

A dívida externa vem mostrando uma trajetória de queda nos últimos anos. Em 2000, ela estava em US$ 216,92 bilhões, US$ 18,63 bilhões a mais que o saldo de maio (o mais recente disponível). A dívida de médio e longo prazo, em maio, chegou a US$ 177,26 bilhões.

Em março, o estoque estava em US$ 181,46 bilhões. A dívida de curto prazo, porém, aumentou no período, de US$ 20,46 bilhões para US$ 21,02 bilhões. O setor privado e os bancos públicos tinham, em maio, US$ 64,72 bilhões de dívida de médio e longo prazo e US$ 21,01 bilhões de dívida de curto prazo.

Segundo o BC, o setor público e o privado conseguiram renovar seus empréstimos e captar novos recursos no exterior em 45% do volume total. Mas, desde o início de agosto até ontem, esse mesmo movimento (a taxa de rolagem) ficou em só 20%. A rolagem de empréstimos no acumulado do ano até julho está em 68%, abaixo da estimativa do BC para 2005, de 70%.