Título: Grevistas anunciam trégua no Equador
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Fonte: O Estado de São Paulo, 22/08/2005, Internacional, p. A16

QUITO - A população e as autoridades das províncias amazônicas equatorianas de Sucumbíos e Orellana, que protesta desde o dia 15 contra as indústrias estrangeiras de petróleo e provocou a suspensão das exportações, decidiram ontem dar uma trégua ao governo e suspender temporariamente os protestos. "Concedemos a trégua para conversar em Quito com as autoridades governamentais, mas o fim da greve depende dos acordos a que chegarmos", disse por telefone à France Presse a governadora de Orellana, Guadalupe Llori.

Segundo Llori, a greve foi suspensa porque foi cumprida a primeira condição reivindicada pelo grupo - a liberação de dirigentes detidos.

Na sexta-feira foram presos o governador de Sucumbíos, Guillermo Mu¿oz, e o prefeito de Lago Agrio, capital da província, Máximo Abad. Ambos foram soltos sábado.

A trégua acalmou os ânimos dos manifestantes, que na semana passada promoveram ataques contra a infra-estrutura das petrolíferas a ponto de a estatal Petroecuador suspender toda sua exportação. As perdas, segundo o governo, chegam a US$ 500 milhões. A produção das empresas petrolíferas estrangeiras também foi reduzida de 344 mil barris por dia para 150 mil barris por dia. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, confirmou ontem que o país emprestará petróleo ao Equador.

Apoiados pelas autoridades locais e regionais, os manifestantes reivindicam recursos para o desenvolvimento, como a melhoria das estradas e da rede elétrica.

As conversações em Quito entre o governo central e os líderes dos protestos contarão com a presença de Máximo Abad, Guillermo Mu¿oz e outros. Desde quarta-feira, o governo central mantém as duas províncias sob estado de emergência e controle militar, com toque de recolher.