Título: Setor têxtil vai à Praça da Sé exigir salvaguardas
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Fonte: O Estado de São Paulo, 23/08/2005, Economia & Negócios, p. B9

O avanço chinês no País promete unir hoje trabalhadores e empresários em manifestação conjunta. Os sindicatos dos trabalhadores têxteis e das costureiras de São Paulo, ligados à Força Sindical, vão se encontrar às 10h, na Praça da Sé, para exigir que o governo regulamente o mais rápido possível as salvaguardas contra a importação indiscriminada de produtos chineses. O manifesto terá participação do Sinditêxtil, representante da indústria. O Sindicato das Tecelagens de Americana e Região, que reúne as indústrias do maior pólo de tecidos planos feitos com fibras artificiais e sintéticas da América Latina, alugou 40 ônibus para trazer a São Paulo 1,6 mil trabalhadores da cadeia têxtil. Segundo Fábio Beretta, presidente do Sinditec, a indústria voltou a ter problemas com a importação de tecidos e roupas da China.

A mobilização em Americana custará R$ 120 mil e deverá ser bancada pelo sindicato e pelas indústrias. Ela foi possível graças ao acerto entre o sindicato patronal e o de trabalhadores. "Pedimos que as indústrias liberassem os trabalhadores para participarem do manifesto. É uma questão que envolve a todos", diz Beretta.

Nos últimos 12 meses, segundo sindicalistas, entraram no País 81 mil toneladas de produtos chineses. Só neste ano, de acordo com levantamento do setor, deixarão de ser criados 29 mil postos de trabalho.