Título: "Eu não temo o porvir nem o que está colocado. Estou tranqüilo porque sei o que fiz e o que não fiz"
Autor: Denise Chrispim Marin
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/08/2005, Nacional, p. A4

AFASTAMENTO: "Telefonei para Lula e disse que daria a entrevista. Eu o deixei tranqüilo para que tomasse a decisão sobre minha posição no ministério. O presidente me pediu que falasse com vocês que ele não deseja nem autoriza meu afastamento. E que não tomará uma atitude ante desses fatos." INSUBSTITUÍVEL: "Ninguém é insubstituível. Posso tratar a questão (denúncias) dentro e fora do ministério. Pessoas passam. Instituições ficam."

TURBULÊNCIAS: "Considero que o trabalho realizado nesses dois anos e oito meses foi suficiente para posicionar a economia em condições de suportar qualquer turbulência porque os fundamentos são sólidos. Não vejo risco."

GUINADA: "Nunca ouvi o presidente falar em guinada na economia. A política econômica é essa. A economia não reagirá de forma negativa às pessoas, mas à eventos que mudem políticas. Lula tem afirmado que a política econômica continua."

ORTODOXIA: "Não temos que tornar a política mais ortodoxa devido aos problemas políticos. As políticas não podem ser enfraquecidas. Isto seria um engano do tamanho do Brasil. O presidente tem ansiedade como todos nós. Quem não quer o sucesso do Brasil? Mesmo com prejuízo de imagem, a política será mantida."

BLINDAGEM: "Não é uma atitude de política econômica que blinda a economia. São os resultados das políticas que foram tomadas lá atrás. O que foi feito nesse período. Quando José Sarney criou o Tesouro Nacional, acabou com a conta movimento, quando Fernando Henrique Cardoso fez a Lei de Responsabilidade Fiscal, quando se fez os contratos (de renegociação das dívidas) com os estados. Nosso governo continuou com uma grande responsabilidade."

ELEIÇÕES : "O que está em jogo não é uma ou outra eleição. É o destino do País. Uma política firme, mas nunca uma política que não considere os fundamentos, que não podem ser enfraquecidos."

VOTAÇÕES: "Não acredito que o Congresso Nacional venha a se desviar de sua rota de votações. Deputados e senadores sabem da responsabilidade das votações."

PROPINA: "Quero negar categoricamente as acusações de Rogério Buratti. Merecem ser negadas porque são falsas. Não recebi recursos da Leão e Leão. Recebi contribuições legais da empresa e todas estão registradas no Tribunal Regional Eleitoral. Não posso permitir acusação desse tipo sem uma resposta cabal."

INDISCRIÇÃO: "Não achei correto que os procuradores responsáveis pela tomada do depoimento de Buratti tenham se apressado em divulgar partes antes do final. Também achei estranho que o tenham passado aos jornalistas. Foi uma atitude indiscreta."

REPÚBLICA DE RIBEIRÃO: "Não existe República de Ribeirão. Usei critérios técnicos na escolha dos secretários, do procurador da Fazenda Nacional e do presidente do Banco Central. Trouxe para Brasília pessoas que não participam de decisões fundamentais do ministério e da política econômica."

FUTURO: "Não temo o porvir nem o que está colocado. Estou tranqüilo porque sei o que fiz e o que não fiz."

PANFLETAGEM: "Em relação aos meus sigilos bancário e telefônico, não tenho problemas. Mas não vou fazer panfletagem. Se quiserem investigar, colaboro. Estou disposto a prestar esclarecimento tão logo seja convidado."