Título: 'Sou amigo do Juscelino, mas nunca pedi nada'
Autor: Brás HenriqueGustavo Porto
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/08/2005, Nacional, p. A4

Morando em Belo Horizonte e de emprego novo, o advogado Rogério Tadeu Buratti tem afirmado em sua defesa que são infundadas as acusações feitas pelo Ministério Público Estadual sobre sua participação numa quadrilha especializada em fraudar licitações em prefeituras. Segundo ele, a promotoria o persegue politicamente. Buratti, que atualmente trabalha com uma fábrica de roupas na capital mineira, disse que toda sua renda vem do salário de R$ 45 mil que tinha dentro do grupo Leão Leão.

Acusado também por tráfico de influência, ele rebate: "Não seria uma tarefa fácil, eu estava fora do PT". Segundo Buratti, sua desfiliação do partido foi pedida em 1995, um ano após deixar a prefeitura de Ribeirão Preto, no governo do ministro Antonio Palocci, envolvido em um escândalo.

Disse ainda que fez contatos em Brasília sim, mas durante o período em que atuou como vice-presidente do grupo Leão Leão, "por seu sua função como executivo que defende os negócios da empresa". "Fiz contatos no governo federal, como também no governo do Estado." Além de atuar na área de lixo, a Leão Leão tem uma concessionária de rodovia em São Paulo - a Triângulo do Sol, na região de Ribeirão.

Buratti disse em entrevista ao Estado que tem amigos em Brasília, mas nunca usou seus contatos para qualquer favorecimento comercial ou político.

Um dos amigos que Buratti confirma ter em Brasília é o chefe de gabinete de Palocci no ministério, Juscelino Dourado. "Sou amigo do Juscelino e padrinho de casamento dele." E acrescenta: "Mas nunca pedi qualquer coisa para ele. Ele nunca recebeu ninguém em meu nome". Dourado trabalhou na prefeitura de Ribeirão, levado por Buratti, antes de ir trabalhar em Brasília.

Sobre Palocci, ele disse ter perdido o contato profissional após ter deixado a administração municipal em 1994. Questionado sobre ligações telefônicas identificadas, disse que eram apenas contatos sociais. .